Arquitetura

O projeto

A convite da Albuquerque Foundation, o projeto de arquitetura foi desenvolvido pelo escritório Bernardes Arquitetura, cuja linguagem é reconhecida pelo uso sensível dos materiais e da tecnologia e pela integração harmoniosa com a paisagem.

A integração entre arquitetura, museologia e paisagem esteve no centro da conceção do projeto, refletindo também o envolvimento pessoal do colecionador Renato de Albuquerque, cuja visão orientou aspetos essenciais da intervenção. O resultado é um percurso imersivo e acolhedor, que conduz os visitantes pela história e relevância de uma das mais importantes coleções privadas de porcelana chinesa de exportação no mundo.

Implantado na antiga Quinta de São João do Linhó, uma propriedade do final do século XVIII, situada na paisagem cultural de Sintra e caracterizada pelos seus amplos jardins, o projeto teve como premissa a preservação do protagonismo do sítio. Funcionando como uma costura entre os diferentes níveis do terreno, a intervenção valoriza a vegetação e a topografia, com percursos suaves e acessíveis que respeitam o carácter contemplativo dos jardins, desenhados pelo atelier Topiaris.

O edifício histórico foi cuidadosamente restaurado e adaptado para acolher funções de apoio como restaurante, biblioteca, loja e alojamento para artistas e pesquisadores em residência. O diálogo entre o antigo e o novo é matizado pelo equilíbrio visual e simbólico entre os vários elementos, através de uma linguagem arquitetónica sóbria que respeita o existente e destaca os novos elementos caracterizados por uma paleta neutra e pela utilização de materiais como betão aparente, madeira e vidro.

O edifício que acolhe a Coleção Albuquerque é parcialmente subterrado e revela-se de forma discreta pela sua cobertura inclinada, que acompanha a topografia natural do terreno. Sob ele, forma-se uma praça coberta que assinala o ponto de chegada e o acesso à galeria principal. É precisamente nesta praça que se inscreve o elemento estruturante do projeto: uma pala — cobertura flutuante de estrutura metálica — que confere unidade ao conjunto, articula os diferentes volumes e define o percurso dos visitantes, sempre respeitando a escala do entorno e da casa existente.

O pavilhão contemporâneo que conclui o percurso alberga exposições temporárias, um auditório e espaços de apoio a eventos. Concebido para abrigar uma programação cultural diversificada, o espaço foi projetado com flexibilidade, permitindo acolher múltiplos formatos de atividade e diferentes tipos de público.

Em conjunto, as diversas intervenções convidam o visitante a um percurso delicado em que o todo não se revela num primeiro momento mas vai sendo descoberto ao longo do caminhar.

Bernardes Arquitetura

Criado em 2012, Bernardes Arquitetura é fruto de uma história que atravessa gerações. Hoje integram o escritórios além do fundador Thiago Bernardes, os sócios Nuno Costa Nunes, Márcia Santoro, Camila Tariki, Dante Furlan, Francisco Abreu, Rafael de Oliveira, Thiago Moretti, Antonia Bernardes e Ilana Daylac.

Com sedes no Rio de Janeiro, São Paulo e Lisboa, desenvolve projetos de variados programas e escalas. A sua equipa multidisciplinar é composta por profissionais que compartilham uma filosofia de trabalho colaborativa com objetivo de alcançar excelência e eficiência em cada projeto.

Vistas dos espaços

© Francisco Nogueira
© Francisco Nogueira
© Francisco Nogueira
© Francisco Nogueira
© Francisco Nogueira
© Francisco Nogueira
© Francisco Nogueira
© Lourenço Teixeira de Abreu
© Lourenço Teixeira de Abreu
© Lourenço Teixeira de Abreu